#Refletindo# Nascer e Morrer

15 abril 2011

     Muitos de nós já ouvimos a expressão: "Para morrer basta só estar vivo?" Tenho certeza também que ao ouvir esta frase, alguns até não deram muita importância, ou mesmo pensaram rapidamente, lamentaram, e voltaram à suas rotinas habituais, como se aquele comentário fosse apenas mais um dentre tantos que fazemos e ouvimos ao longo do dia.

    Mas será, que se pensássemos com outro olhar conseguiríamos enxergar a difícculdade que todos nós temos em lidar com a morte? Provavelmante sim, pois afinal se estamos vivos uma hora ou outra teremos que fazer o que muitos chamam de "passagem". O que ninguém imagina é o tamanho da dor que envolve este ritual. O quanto é difícil, aceitar que alguém próximo à você tenha ido tão cedo... Pois para nós sempre será cedo demais, quando se trata de ir para o outro lado da vida.

     Enquanto o nascimento nos traz um sentimento de felicidade pela vida que está chegando, morrer nos causa um efeito contrário, por lamentármos a perda de alguém que está partindo. Principalmente, quando se trata de um lugar do qual não poderemos acompanhá-lo (a). 

     Não há como descrever a sensação horrível de se perder alguém de quem gostamos tanto, por que mesmo que essa ferida venha a se abrir, nunca mais írá se fechar. O vazio continuará não importa o tempo, sentiremos sempre como se tivéssemos perdido uma parte de nós que jamais poderemos encontrar outra vez.  

     Nascer é lindo, enquanto morrer é doloroso. Mas ao nascer, estamos previamente avisados de que um dia teremos de morrer, no entanto, com o passar dos anos nos vemos saboreando a vida, sem ao menos lembrar que um dia ela terá um fim. E, quando esse dia necessariamente chega, nunca nos encontramos preparados para encará-lo com naturalidade. O sofrimento sempre nos martiriza e nos envolve, num rito de incredulidade, como se o que aconteceu fizesse parte de um sonho ruim, do qual iremos acordar a qualquer momento.

    É muito difícil lidar com a morte, principalmente quando se é ligado a quem morreu, pois infelizmente o grau de parentesco é quem dita o tamanho da dor que cada um irá sentir. Quanto mais próximo for, maior a tristeza e mais inconformado ficará. Quem não é tão próximo assim, o sofrimento não é tão intenso. Poderá até lembrar depois de anos da pessoa que se foi, mas nunca será na mesma intensidade daqueles que tinham um maior contato, como por exemplo, a família.

     Quando não fazemos parte da família de quem se foi a vida tende a continuar muito mais rápido, por que aliás, ela não pode parar. Entretanto, para aqueles que fazem parte da família e são mais próximos, a vida também continua, o diferencial é que nunca será a mesma coisa. Sempre estará  faltando alguém que antes existia naquele meio, alguém que provavelmente ajudava a formar um todo.

     Ter medo da morte é natural, pois ela é um processo inevitável, que faz parte de um ciclo chamado vida, no entanto,  mesmo pensando que é algo do qual não há como fugir, não encontramos formas de amenizar  nossa dor e esse sentimento de perda irremediável, que nos obriga a procurar qualquer ponta de esperança na intenção de acalentar nossos corações.

     E é através dessa procura que muitos pensam que a morte nada mais é que um "rito de passagem para um outro plano da  vida",  mas mesmo sendo verdade esta suposição, ela não consegue dar conta de suprir  essa saudade permanente, que sentimos ao perder  alguém que não poderemos mais ver, abraçar, beijar ou sentir...

   Se nascer é a dádiva Divida da vida, morrer é o fim desse cíclo igualmente Divino, mas além disso também pode ser o início de um outro ciclo que está muito além do que nossa imaginação consegue supor!!!