Li e Registrei// Estilhaça-me, de Tahereh Mafi

19 outubro 2012

   Oi galera, como vão vocês? Espero que bem.
   Hoje o Li e Registrei está dando o ar da graça, após semanas e semanas de reclusão, finalmente consegui escrever uma resenha de um livro que há tempos eu li, mas que por acaso do destino e os contratempos da vida, não foi possivel até agora.
   Então pessoal, bora ler a resenha e conferir as minhas impressões sobre um dos meus favoritos deste ano?

Editora: Novo Conceito
ISBN:  9788563219909
Ano: 2012
Páginas: 304
Classificação: 
Sinopse: Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.


   Faz um tempo enorme que li este livro mas a história foi tão cativante que as lembranças e as emoções sentidas no decorrer da leitura, ainda permanecem intactas na minha mente.
   Estilhaça-me é destes livros que logo no início nos seduz e é praticamente impossível não ser abduzido pela história, não se envolver com os personagens, não sofrer, não sentir medo ou mesmo torcer por eles.
    A trama se desenrola no tempo em que o mundo é governado pelo chamado "Restabelecimento", onde as pessoas são oprimidas, passam fome, não têm acesso à água, às plantas ou ao Sol. Isso muito me lembrou as passagens e discursos bíblicos, de que chegará o tempo em que vamos viver deste modo. 
    É assustador pensar nisso, mas acredito que a autora quis colocar esse assunto no livro, a fim de nos fazer refletir sobre ele. Pois como todos nós sabemos, as obras literárias sempre trazem um pouco de realidade misturado à ficção, dando aquele toque de veracidade à história e em Estilhaça-me não foi diferente.
   O livro conta a história de Juliette, uma garota de 17 anos que está trancada em uma prisão especial desde que descobriram que ela não pode tocar nas pessoas. O toque dela é letal, mas ninguém sabe explicar esse fenômeno e nem mesmo a própria Juliette não entende por que isso acontece com ela. 
"Não consigo me lembrar do calor de qualquer tipo de abraço. Meus braços doem em virtude do inescapável gelo do isolamento. Minha própria mãe não poderia me segurar nos braços. Meus pai não poderia aquecer minhas mãos congeladas. Vivo num mundo de nada. " (pág. 14)
   A única coisa que ela sabe é que desde o "acidente", quando ela ingenuamente foi tentar ajudar um garotinho e acabou matando-o apenas tocando nele, todos a acusaram de ser perigosa e disseram que ela era um monstro. Até mesmo seus pais, as pessoas que ela mais amava e confiava, afastaram-se dela e a deixaram nas mãos do governo. Assim como os outros, eles também pensavam que ela era uma ameaça, que deveria ser mantida longe de todas as outras pessoas e acharam que se ela ficasse sob a custódia do governo, seus problemas acabariam.
    Este episódio já seria o suficiente para desestruturar e enlouquecer qualquer pessoa, mas Juliette se menteve firme. Não chorou nem reivindicou qualquer direito, apenas aceitou sua sentença. Foi levada por pessoas que ela não conhecia e passou a viver num lugar frio, úmido, sem nenhum conforto e em condições praticamente subhumanas. Entretanto, ela foi forte e - mesmo não tendo perspectivas de melhora - tentava manter a sua mente sã, escrevendo sempre que podia num pequeno caderno que ela guardava junto a si como se fosse seu maior tesouro.
    Após 264 dias de isolamento, Juliette é pega de surpresa quando colocam em sua cela, um garoto. Mas não um garoto qualquer, era alguém que fez parte de seu passado. Era Adam, o único amigo que ela teve quando ainda frequentava a escola e morava com os pais. 
    Ele agora é um soldado e trabalha para o governo, foi colocado na mesma cela de Juliette para vigiá-la e descobrir informações sobre ela.
    Desconfiada, ela finge não o reconhecer, mas demonstra - mesmo que de maneira branda - um resquício de humanidade e companheirismo. Entretanto, ela nem imagina os reais motivos que fizeram seus opressores colocarem seu único amigo para vigiá-la, por isso mantém a guarda diante do novo companheiro.
    Apesar de tudo, o antigo sentimento que Adam e Juliette mantinham um pelo outro quando crianças prevalesce a qualquer desconfiança, ordem, tempo ou circusntância. Só de estarem juntos novamente este sentimento forte volta mais vivo do que nunca; sem contar que o fato de ela poder tocar nele, muda tudo. Faz ela ter esperanças de uma vida diferente, pois a partir deste momento Juliette acredita que Adam possa ser a luz em meio à escuridão que ela viveu por todo esse tempo. 
"...O Cobertor é a única barreira entre nós, e ele me puxa para mais perto, mais firme, mais forte, até que escuto as batidas a sussurrar-lhe profundas dentro do peito, e o aço de seus braços ao redor de meu corpo desfaz todos os nós de tensão em meus membros. Seu calor derrete os pingentes de gelo que me sustentam de dentro para fora e eu descongelo, descongelo, descongelo, meus olhos tremulando rápido até que caem fechados, até que lágrimas silenciosas estejam jorrando-me rosto abaixo e eu tenha decidido que a única coisa que quero é congelar seu corpo segurando o meu." (pág. 38)
    No entanto, as coisas não são tão simples como parecem, para viver a vida que fora arracada dela, precisará fugir das garras do governo e enfrentar Warner, um terrível tirano, que quer usá-la como sua principal arma para conter os rebeldes e realizar seus propósitos perversos. 
    Warner será o obstáculo mais difícil que ela terá que ultrapassar, pois além de ser um inimigo poderoso, ele está obcecado por ela e não medirá esforços para tê-la.
    Juliette só tem duas opções: ficar e ser dominanda por Warner, que a obrigará a usar seu dom para fazer mal, ou fugir com Adam e usar seu dom para o bem. 

    A trama de Tahereh Mafi é incrível, não é a toa que considerei este livro como um dos melhores deste ano e claro que eu não poderia deixar de favoritá-lo.
    Com uma escrita diferente e carivante, a autora nos enche de suspense e ação, sem deixar de fora as leves pitadas de romance e sensualidade. Além disso, os personagens fortes, cativantes e extremamente complexos, como o vilão Warner, formam os ingredientes perfeitos deste livro surpreendente.  
    Nossa heroína Juliette é uma personagem resistente e guerreira, que mesmo após todas as dificuldades, consegue ter esperanças. Afinal, não é nada fácil ficar longe das pessoas e não poder tocá-las. Ficar presa numa cela horrenda, ser tratada como um monstro perigoso e privada até dos direitos mais básicos, como tomar banho ou dormir com um cobertor quente. É algo muito cruel e difícil de lidar, mas que Juliette enfrentou com muita coragem, mostrando um equilibrio e autocontrole fora do comum. 
    Claro que ela tem seus medos, seus anseios e está tão assustada quanto qualquer um estaria no lugar dela, mas nenhum destes sentimentos e nem as suas fraquezas a impediram de buscar algo novo, principalmente após rever Adam e saber que ele é talvez a sua única passagem para uma vida melhor.
   Não posso esquecer de comentar que logo no início fiz uma comparação entre Juliette e a personagem Vampira dos X-Men, por causa dos poderes praticamente iguais, mas logo fui percebendo que mesmo as duas tendo dons parecidos, o enredo de Estilhaça-me é bem diferente da história dos mutantes, entretanto é quase impossível não notar as semelhanças.
   Adam também é um personagem encantador. Com seu jeito meio sério, meio meigo, um corpo forte, uma pegada de deixar qualquer uma desbaratinada, sutilmente ele vai mexendo com os sentimentos de Juliette, fazendo-a sentir sensações nunca antes sentidas e deixando-a descontrolada. Como ele é o único, até agora, que ela pode tocar - ter o contato com a pele dele, poder abraçá-lo, tocar seu rosto, sentir o seu cheiro de perto - é tão embriagante e tentador que ela praticamente enlouquece quando ele se aproxima dela.
    Um misto de desejo reprimido e o fogo ardendo em brasa, os momentos entre Adam e Juliette são super intensos. Acredito que estas passagens sejam uma das melhores do livro, pois a autora propicia toda uma situação para que os dois fiquem juntos, mas sempre alguma coisa atrapalha, o que só vem elevar a nossa ansiedade pra que algo entre eles realmente aconteça!
    Além de tudo, Estilhaça-me tem um diferencial nas passagens que marcam os pensamentos de Juliette, elas estão todas riscadas. No início o leitor pode até estranhar, mas logo conseguimos nos situar e a leitura flui rapidamente. 
    Sou bem suspeita para falar dessa obra, por que simplesmente fiquei apaixonada por ela. Só tenho elogios! Então, leiam e tirem suas próprias conclusões!
       Espero que tenham gostado, beijos grandes e até a próxima!

3 comentários:

  1. Esse livro tem sido bastante comentado pelas pessoas por aí, pelo o que tenho visto. Parece interessante.

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  2. Adorei a sua resenha, o seu blog, tudo! Ta lindo!
    To louca pra ler esse livro... Mas ainda não achei por aqui... :(
    Mais uma vez parabéns pelo Blog, ta lindo...

    geehzbookshelf.blogspot.com.br

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