Li e Registrei// Cruzando o Caminho do Sol, de Corban Addison

02 agosto 2012

   Oi galerinha, voltei com mais uma resenha fresquinha pra vocês, feita pela nossa colaboradora.
    Espero que vocês curtam bastante!

Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581630090
Ano: 2012
Páginas: 448
Classificação:
Sinopse:  Sita e Ahalya são duas adolescentes de classe média alta que vivem tranquilamente junto de seus familiares, na Índia. Suas vidas tranquilas mudam completamente quando um tsunami destrói a costa leste de seu país, levando com suas ondas a vida dos pais e da avó das meninas. Sozinhas, elas tentam encontrar um modo de recomeçar a vida. Mas elas não devem confiar em qualquer um... Enquanto isso, do outro lado do mundo, em Washington, D. C., o advogado Thomas Clarke enfrenta uma crise em sua vida pessoal e profissional e decide mudar radicalmente: viaja à Índia para trabalhar em uma ONG que denuncia o tráfico de pessoas e tenta reatar com sua esposa, que o abandonou. Suas vidas se cruzarão em um cenário exótico, envolto por uma terrível rede internacional de criminosos. Abrangendo três continentes e duas culturas, Cruzando o Caminho do Sol nos leva a uma inesquecível jornada pelo submundo da escravidão moderna e para dentro dos cantos mais escuros e fortes do coração humano. (Fonte: Skoob)


   A história de Cruzando o Caminho do Sol é desenrolada em três locais: Índia, Paris e Estados Unidos, causando logo de início, um choque entre culturas. 
   Sita e Ahalya, duas irmãs indianas, perdem tudo num tsunami devastador e a partir daí elas passam por grandes apuros nas mãos de aliciadores.
   Sita fica presa num bordel e Ahalya é vendida para um ucraniano passando por Paris e terminando em Atlanta. As irmãs, mesmo sofrendo muito, encaram a situação como sua cultura permite, ou seja, tudo o que acontece com elas se dá por um intuito divino, por um plano maior dos muitos deuses indianos, nos quais elas acreditam. 
   E, mesmo nos momentos em que se questionam mais profundamente sobre o porquê daquilo estar acontecendo com elas, à fé acaba excedendo as dúvidas, ao mesmo tempo em que as deixa indiferentes. Na típica demência incidida da religião e sem forças para lutar contra a situação, pois de acordo com suas crenças, tudo acontece mediante a vontade de uma entidade superior e que, independentemente da vontade ou das atitudes delas, acontecerá de qualquer maneira.

“Sumeera percebeu o mal estar das meninas e fixou em Ahalya um olhar resignado. - Eu já fui como você – ela disse. – Eu também fui tirada de casa e trazida pra cá por homens que eu não conhecia. A vida na adda é dura, mas você tem que aceitar. Não adianta lutar contra seu carma. Aceite a provação que Deus impôs e talvez você renasça em um lugar melhor”.  (pág. 66)

   Um romance que passa a todo o momento um teor extremo de realidade, pois o autor descreve minuciosamente o esquema de tráfico de mulheres e como é o funcionamento dessa máfia, detalhando todas as situações vividas pelas personagens e fazendo com que seu leitor consiga projetar na mente cada cena narrada. Isso nos faz perceber que o autor fez uma grande pesquisa a respeito do assunto (ele comenta todas as suas leituras e pesquisas para a elaboração do romance na pagina 41- Rota do autor) para garantir a proximidade com a vida real no decorrer da sua obra. 
    Corban Addison acertou no tema, por se tratar de um assunto pouco explorado e importantíssimo para a conscientização das pessoas. Além disso, usou todos os recursos disponíveis e possíveis para nos presentear com esse romance, articulando bem as personagens e cuidando sempre para que o leitor não se perdesse durante a leitura. 
    Uma das coisas que me deixou bastante satisfeita foi a notável evolução do personagem Thomas, pois ele iniciou a história bem imaturo e  foi progredindo até chegar ao ápice, tornando-se uma peça fundamental para o desfecho da mesma.
    A leitura é extensa, o texto é correto, porém não causou uma catarse. Ainda faltou no final alguma coisinha para resplandecer aquela angústia que vemos a cada página lida e que no fim desapareceu tão rapidamente. Na posição de leitora, se tratando de uma narrativa realista como essa, necessitava um desfecho compatível para causar um efeito memorável e para isso, o autor deveria nos maravilhar com um final diferente.
    Mas não há como negar o grande alerta que esta obra nos deixa. O quanto a humanidade não faz ideia dos crimes existentes no submundo e de como estes crimes são camuflados em alguns países. 
    E é através desta história tão marcante que o autor tenta despertar a atenção dos leitores em prol desta causa. Para isso ele deixa sugestões para aqueles que podem e desejam ajudar, seja através de divulgações em redes sociais, contribuindo financeiramente ou usando alguma habilidade, a fim de despertar a consciência da sociedade em relação a estes problemas.  
    Cruzando o Caminho do Sol é muito mais que uma leitura de entretenimento, ela vem para romper as barreiras do obscuro e mostrar à sociedade o quanto nós somos alheios ao mal que nos cerca, tendo em vista a perspectiva de que a literatura possa implantar o conhecimento que nos falta e quem sabe assim, possamos evitar que mais mulheres e jovens sofram com a escravidão sexual. 
      É um livro forte, emocionante e carregado de apelos, que deve ser apreciado pelo maior número de pessoas possíveis. 

“Nós podemos fazer a diferença: um mundo, uma dádiva, uma vida de cada vez”.

 
       




       Bem pessoal, espero que tenham gostado de mais uma resenha da Edileusa. Aproveitem para deixarem as opiniões oks! 
       Um super beijo e até a próxima!






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