# Li e Registrei# Um Mundo Brilhante, de T. Greenwood

02 junho 2012

   Oi galerinha, aproveitei que o sábado está com um leve friozinho para vir aqui postar mais uma edição do "Li e Registrei" pra vocês. 
   O livro da vez é um dos lançamentos de 2012 da editora Novo Conceito e o qual me deixou um tanto pensativa com a leitura. Afinal, o título "Um Mundo Brilhante" até pode sugerir ideias para o que provavelmente poderemos encontrar em suas páginas, mas definitivamente não diz nada sobre o que este livro realmente possui em seu interior.
   Então pessoal, vamos conferir a resenha e ficar por dentro dessa história intensa e cheia de tantas verdades humanas, que com certeza vai causar inquietação em que a ler.

 Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219411
Ano: 2012
Páginas: 336
Classificação: 
Sinopse: Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato. Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História, até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Ben tinha ficado impressionado com seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática. Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre seu futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu. Esta, enfim, é uma história fascinante sobre o que devemos às pessoas, o que devemos a nós mesmos e o preço das decisões que tomamos. (Fonte: Skoob)

 "O que fazer quando o mundo em que você vive não é o lugar a que você pertence?"
    Lendo esta frase de chamada na capa do livro, imaginei que a história teria a ver com um lugar específico ou uma escolha errada que fazemos na vida. E quando finalmente pude iniciar a leitura, constatei que a minha segunda opção era a que mais se aplicava à ela.
    Com um enredo extremamente sensível e ao mesmo tempo forte, Um Mundo Brilhante tira o leitor da sua zona de conforto apontando para questões um tanto quanto pessoais. Tão pessoais que chegamos a nos perguntar se a autora está mesmo contanto uma história ficcional.
    Com um conjunto de personagens humanizados ao extremo, a autora conseguiu nos dar um exemplo perfeito de como devemos pensar muito antes de fazermos qualquer escolha. E de como o ser humano consegue se acomodar tanto e deixar-se levar pelo caminho mais fácil, mesmo que este dito caminho não seja o desejado e que não garanta a tão sonhada felicidade.

   Tudo começa, quando Ben Bailey ao sair para pegar o jornal e apreciar a neve que caíra na noite anterior, acaba encontrando o corpo de um jovem rapaz cheio de hematomas e sangue coagulado em frente à sua casa. Ao constatar que o jovem estava inconsciente, ele liga para a polícia e notifica o caso, mas não consegue deixar de pensar no fato nada comum, que acabara de ocorrer.
    Mesmo sabendo que seria improvável que o rapaz tivesse sobrevivido, Ben decide procurar o hospital para o qual foi levado, a fim de obter mais informações sobre o seu paradeiro. É lá que ele conhece a irmã do jovem, Shadi, e através dela descobre que ele realmente faleceu. De alguma maneira, aquela notícia o abala fazendo com que ele se sinta no dever de dividir com ela suas suspeitas de que talvez, seu irmão tenha sido vítima de um crime. 
   Estas suspeitas e a estranha sensação de ligação que Ben sente em relação à Shadi são o suficientes para ele envolver-se de cabeça no caso, na tentativa de ajudá-la a provar que seu irmão foi assassinado. 
     Sem se dar conta das proporções que este envolvimento poderia alcançar, Ben passa a comprometer-se muito mais do que realmente queria, no entanto, se vê quase que sugado pelo encanto de Shadi e a sede de justiça. Fatos que o fazem entrar num verdadeiro dilema pessoal.
     Tudo o que ele viveu ou escolheu passa a ser questionado, sua vida passa a não fazer mais sentido e a incomodá-lo. A relação com sua noiva, Sara, o emprego como professor adjunto de história, a vida cômoda e sem intensidade em Flagstaff, tudo é repensado e reavaliado por ele. 
    E em meio a tantas dúvidas Ben inicia uma jornada densa e intensa na busca pelo seu caminho. Mas será que ele terá coragem de deixar tudo para trás e embarcar numa nova vida? Será que será capaz de jogar pro alto uma vida inteira de frustrações e comodismos, para enfim buscar aquilo que realmente lhe faz feliz e lhe completa? É exatamente isso que vamos descobrir ao longo das páginas de Um Mundo Brilhante, que narra uma trajetória de autoconhecimento, mentiras, dúvidas e escolhas.
"Levou um minuto até que percebesse realmente o que havia visto e até que seu cérebro, ainda atordoado por causa da ressaca e pela descrença, pudesse extrair algum sentido da imagem que estava diante dos seus olhos. O absurdo daquela situação foi o que o atingiu primeiro, e ele quase riu; mais tarde, aquilo faria com que pensasse se o ocorrido seria prova de que, como Sara dizia de tempos em tempos, ele era incapaz de mostrar empatia e capaz de agir com a mais assustadora crueldade. [...]" (p. 13)

    É inegável a enorme mensagem que este livro passa. O quanto ele acaba envolvendo o leitor e mostrando que a arte realmente imita a vida, já que o enredo condiz completamente com muitas histórias reais. Afinal, quem nunca achou que escolheu o caminho errado e quis voltar na primeira oportunidade? Quem nunca teve essa oportunidade e deixou passar, por achar que a mudança seria muito difícil ou dolorosa, por isso era mais fácil sobreviver que largar tudo para passar a viver?
   Foi através desses dilemas tão comuns no nosso meio que a autora construiu sua história, tentando nos mostrar o quanto nossas escolhas podem pesar ao logo da vida, o quanto é difícil voltar quando se dá um passo errado e, o quanto estes passos podem custar caro se não forem dados conscientemente.
   Um livro repleto de verdades e que nos apresenta de maneira transparente a autêntica personalidade daqueles que se deixam levar pelas circunstâncias. Pessoas que como Ben, são facilmente manipuladas, enganam a todos e si mesmos, não tem coragem de assumirem os próprios erros e nem lutar por aquilo que realmente querem. Simplesmente vão vivendo, conformadas com o que o destino vai colocando em seus caminhos, sem ao menos pararem para se perguntar se aquilo realmente os satisfaz.
    Mesmo sendo um livro bom, a leitura não foi só flores. Houve momentos que fiquei muito irritada com as atitudes de Ben, com a tamanha fraqueza dele, seu caráter duvidoso e a falta de coragem de dizer à Sara que ele não estava mais contente com o relacinamento dos dois. Também fiquei nervosa com Sara, que me pareceu ser uma pessoa completamente mimada e sem um pingo de amor próprio, já que nas situações mais propícias, quando ela percebia que a relação entre ela e Ben já estava por um fio, sempre dava um jeito de reverter a situação, manipulando-o da maneira que ela queria.
  Mas olhando por outra perspectiva, deu para perceber o minucioso trabalho da autora ao construir a personalidade de seus personagens, fazendo com que eles ficassem bem mais humanizados e palpáveis, sendo fácil imaginar um Ben e uma Sara vivendo no mundo real.  
    Considerei esta leitura, um momento forte de reflexão sobre nós mesmos, sobre todas as decisões que já tomamos na vida e de como tudo seria diferente se tivéssemos optado por seguir outro caminho.  
    Gostei da proposta da autora, de como a trama se desenvolveu, dos dramas e conflitos apresentados, mas no fim, achei que o livro merecia um desfecho diferente. Achei que por ser uma leitura com um certo teor reflexivo, o final deveria causar um impacto positivo, o que na realidade não aconteceu. Contudo, não posso negar que o livro traga uma grande bagagem bastante aproveitável do início ao fim.
   A leitura é bem mais tranquila que os livros que sou acostumada a ler, acredito que seja pela sensibilidade do tema tratado. Então é um livro para ser lido num momento mais calmo, assim garante que o leitor consiga captar todas as mensagens que a autora passa no decorrer das páginas.
   Perfeito para os dias em que queremos ler algo mais profundo, sem ser engolido por mundos fantásticos ou repletos de cenas "cor de rosa".
    Espero que tenham gostado, um beijo grande e até a próxima! =^_^=

      

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