#Li e Registrei# A Casa do Bosque, de Antônio Carlos (Vera Lúcia M. de Carvalho)

29 maio 2012

   Oi galera, tudo bem com vocês? Espero que sim!
   Hoje é dia de mais um Li e Registrei e eu resolvi postar uma resenha que há tempos já deveria ter postado. 
   O livro em questão é de uma das editoras parceiras do blog, a Petit Editora. Então já aproveito para pedir desculpas pelo enorme atraso em postar a resenha. Eu até tinha lido o livro bem rápido assim que ele chegou, lá em meados de fevereiro, mas com tanta coisa estranha acontecendo na minha vida, acabei resenhando o livro em um caderno e esquecendo completamente que o tinha resenhado. Só ontem, quando estava pegando um livro para ler e verificando a minha lista de livros que ainda tenho que resenhar (sim, eu tenho uma lista, infelizmente estou mega atrasada), achei o meu caderno com algumas resenhas feitas em março, o período que o blog ficou desativado. Entre estas resenhas, estava a do respectivo livro que vou postar agora com muito, mas muito atraso. 
    Novamente peço desculpas à editora pela minha falha e já deixo registrado que esse problema não vai mais acontecer. 
   Agora vamos deixar de conversa fiada e conferir de uma vez por todas o que a leitura de A Casa do Bosque  me proporcionou?

 Editora: Petit
ISBN: 978857251955
Ano: 2011
Páginas: 200
Classificação: 
Sinopse: Distante da cidade, a casa do bosque esconde um estranho segredo. Seus vizinhos estão certos de que a residência é assombrada. Frondosas árvores cercam a misteriosa sede do Sítio São Judas Tadeu – isolada por um muro e habitada apenas por duas mulheres. Elas não permitem a entrada de outras pessoas e evitam sair da propriedade. Seu estranho comportamento reforça as suspeitas de que dividem a moradia com o sobrenatural. Desafiando o perigo, Leandro invade o lugar. Acobertado pelo entardecer, ele penetra na casa e cai nas garras do desconhecido. O primeiro a recebê-lo é um vulto sombrio...


   Antes de me tornar parceira da Petit Editora, nunca tive um contato real com livros espíritas, ou melhor, nunca havia lido nenhum. Até cheguei a ganhar um de uma colega de trabalho uma vez, mas como a história envolvia espíritos e na época, eu tinha uma cabeça muito imatura para ver certas coisas de modo mais aberto ou mesmo entender certos termos, não quiz nem tentar lê-lo. Apenas agradeci a gentileza da minha colega, que era uma leitora ávida de livros espíritas e na primeira oportunidade, doei o livro sem se quer ter dado a oportunidade para ele.
   Hoje em dia, com uma idade mais ou menos razoável, tenho conciência da atitude imatura que tive e de como nunca, em hipótese alguma, devemos descartar qualquer que seja o gênero literário sem antes ter dado uma chance para avaliar se ele realmente não é do nosso agrado ou se simplesmente é um preconceito que permeia nossa mente, impedindo-nos de dar espaço para outros conceitos e ideias.
   Tendo esta primeira experiência, foi muito gratificante conseguir parceria com uma das mais bem conceituadas editoras de livros espíritas de que tenho conhecimento. Também foi inevitável reviver a lembrança do episódio acima e pensar que desta vez, eu poderia enfim ler um livro do gênero que minha colega de 12 anos atrás adorava e queria tanto que eu lesse.
    Desculpem desviar tanto o foco, mas para mim é importantíssimo lembrar e frisar este episódio, que muito colaborou para que eu encarasse meu primeiro livro espírita de cabeça e alma abertas, mergulhasse na história e aproveitasse ao máximo a leitura.
    
   O enredo de A Casa do Bosque é no mínimo intrigante. Envolto de mistérios e repleto de ensinamentos da religião espírita, colore aos poucos o branco que geralmente temos em relação a esta crença. 
   A narrativa ditada pelo espírito Antônio Carlos, conta a história que envolve o Sítio São Judas Tadeu, onde "a casa do bosque" foi construída. Um lugar misterioso, habitado por duas mulheres igualmente misteriosas que mexem com o imaginário dos moradores, fazendo-os acreditar que o lugar é mal assombrado. 
   Nenhum dos habitantes da cidade mantém contato com as moradoras da casa, o que só serve para reforçar a ideia de que tanto o lugar quanto quem o habita são completamente sombrios. Além disso, os fortes rumores de que seres sobrenaturais convivem com os de "carne e osso" contribui ainda mais para incrementar as histórias contadas sobre o lugar. 
  Como ninguém tem coragem de se aproximar da propriedade, as moradoras do Sítio São Judas Tadeu, vivem sem grandes sobressaltos, até o dia em que Leandro resolve deixar o medo, os burburinhos e o perigo de lado para invadir a propriedade em busca de alguns documentos.
   Logo quando ele entra na casa é recepcionado por alguém, ou melhor, alguma coisa que ele acredita ser um espírito. O medo percorre sua espinha e ele fica completamente sem ação, pois afinal, não tem ideia do que está por vir. Nesse meio tempo, as moradoras da casa, Celina e Diva, são avisadas pelo espírito Emílio da presença de um invasor e acabam surpreendendo-o. Com a ajuda dele, elas prendem Leandro e o fazem de prisioneiro. 
   Assustado demais com os acontecimentos e a possibilidade de ser entregue à polícia, o invasor acaba confessando suas reais inteções e ao descobrirem os motivos que o fizeram entrar na propriedade, Celina e Diva exergam nele a possibilidade de mudar de vida. Para isso, precisam da ajuda do rapaz, que ao ver que ganhou a confiança das duas, se prontifica à ajudá-las se em troca, elas não o denunciarem. 
   Diva e Celina aceitam as condições de Leandro e juntos logo iniciam a busca pelos tais documentos, animadas com a possibilidade de finalmente libertarem-se para sempre daquele lugar. No entanto, para que eles realmente consigam concretizar seus objetivos, vão ter uma ajuda muito particular dos "desencarnados" Olívia e Antônio Carlos, que virão de outro plano espiritual especialmente para impedir que o espírito mau de Gumercindo, o falecido dono do sítio, interfira nos planos dos atuais moradores da casa, que na cultura espírita são chamados de "encarnados".
   A partir daí a história de Diva e Celina pode ganhar um novo rumo com a ajuda de Leandro e consequentemente de Olívia e Antônio Carlos. 

"Escutou um barulho, enconstou-se à parede e ficou imóvel. passou por ele um vulto que lhe deu calafrios. Não distinguiu o que via. Parecia um saco andando, olhou para o chão e teve a impressão de ter visto dois pés com botas pretas. [...] Nisso, uma mulher entrou na sala, olhou o vulto e depois para Leandro, que tremia encostado na parede. Ele se benzeu com a mão direita, fazendo o sinal da cruz. na mão esquerda, segurava um pequeno lampião. [...]" (pág. 17-8)
     
   Devo admitir que o enredo é bem instigante e realmente nos deixa à vontade com a leitura. Sem contar que as cenas são tão mimeticamente descritas que dá a impressão de que estamos vendo tudo como se estivéssemos assistindo ao "vivo e à cores". Fato esse, que só aumenta o teor misterioso, fazendo os ineviáveis arrepios aparecerem vez ou outra no decorrer das páginas.   
    Uma questão que me deixou bastante intrigada é que os livros deste gênero traz uma série de ensinamentos sobre a cultura espírita, mas em A casa do Bosque estes ensinamentos são levemente introduzidos o que não deixa o romance pesado ou impossível de ler, caso o leitor não seja adepto a este tipo de crença, pelo contrário, os ensinamentos até causam curiosidade, fazendo com que tenhamos vontade de obter mais informações sobre o assunto.
    Para os conhecedores do espiritismo, a morte é entendida de uma maneira diferente e ela é bem explicada no livro, aliás, tudo que é relacionado ao espiritismo, tais como os termos utilizados são bem expostos no decorrer da obra. Mas como foi o primeiro livro do gênero que li, com certeza restaram algumas dúvidas sobre o assunto que pretendo esclarecer futuramente ou quem sabe ler mais a respeito.
     No geral, o livro é agradável, tem uma leitura leve e com alto teor reflexivo. Mas vendo pela perspectiva literária, nas páginas finais a obra perdeu a característica de suspense que permaneceu do início até o meio, fazendo com que a leitura  diminuísse a fluidez, apesar das poucas páginas. 
   Para aqueles que gostam do gênero, recomendo com certeza e para aqueles que não conhecem ou nunca leram um romance espírita, vale a pena dar uma chance e quem sabe descobrir, assim como eu, que estas obras podem sim nos propiciar boas leituras.
     Espero que tenham curtido, um beijo grande e até a próxima! =^_^=
  


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