#Li e Registrei# Sangue de Tinta, de Cornelia Funke

24 agosto 2011

    Olá pessoal, espero que esta quarta seja repleta de energias positivas pra todos nós!
O Li e Registrei de hoje, traz o segundo volume da trilogia "Mundo de Tinta", da autora Cornelia Funke e como eu não tinha resenhado o primeiro livro, fiquei pensando em como faria, se algum de vocês não o conhecessem, então, caso fiquem curiosos para ler uma resenha do primeiro volume da série, podem conferir algumas disponíveis do Skoob (ver).

    Logo quando vi o segundo volume da série "Mundo de Tinta" na estante da biblioteca, nem pestanejei, acabei pegando o enorme livro e não me deixei abater por sua grafia um tanto menor que a normal, do qual nem preciso confabular um discurso desnecessário sobre as inúmeras dores de cabeça que sinto por conta deste detalhe, porquê vocês já devem estar cheios disso. O fato é que todos estes "atributos" não tão atrativos, não diminuiram minha imensa vontade em dar continuidade a explêndida viagem ao "Mundo de Tinta" construído pela autora. Afinal, eu simplemente sou vidrada em literatura fantástica, portanto, sempre fico eufórica para ler um livro deste rol. 

   Estava ansiosa e interessada demais para ler a continuidade da história que nem me importei com detalhes que em outra ocasião, seriam extremamente significativos. O que eu realmente queria era saber sobre o Mo, Meggie, Resa e o mais atraente dos personagens que Cornelia Funke fez o imenso favor de construir, Dedo Empoeirado. Fiquei tão sensibilizada com a vontade imensa que ele tinha de voltar para casa e encontrar sua família, que eu realemente não via a hora de saber como foi a sua chegada ao mundo de "Coração de Tinta".      
   Tá certo que Dedo Empoeirado não é o exemplo de bom personagem, mas me afeiçoei tanto a ele que acompanho a saga, única e exclusivamente para saber seu final, e claro, torcendo muito para que ele tenha um ótimo final. Sei que os outros personagens são extremamente importantes para a trama, sem contar que Mo e Meggie são os principais, pois são eles que possuem o dom de dar vida aos pesonagens de Coração de Tinta através da leitura em voz alta. Gosto deles e de seus perfis, assim como o papel que desempenham no decorrer da história, mas não posso ignorar minha imensa simpatia por um dos personagens coadjuvantes que mais me encantaram nessa minha curta, mas significativa vida leitora.
      Por isso convido vocês a adentrarem neste mundo de fantasia onde um livro e seus personagens  ganham vida através da leitura em voz alta.


Título Original: Tintenblut
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 978853591576-1
Ano: 2009 
Páginas: 559
Classificação: 
Sinopse:  "Sangue De Tinta" dá seguimento à aventura de Meggie e seu pai, Mo, um encadernador de livros que tem o estranho dom de dar vida às palavras dos livros que lê em voz alta, fazendo seres das histórias surgirem à sua frente como que por mágica. No primeiro volume da trilogia "Mundo De Tinta", a língua encantada de Mo traz à vida alguns personagens de um livro chamado "Coração De Tinta", e acaba mandando para dentro da trama a mãe da menina. Agora, neste segundo episódio, Meggie dá um jeito de entrar ela mesma no mundo fictício de Coração de tinta, onde tem o prazer de encontrar fadas, príncipes e saltimbancos que dançam com o fogo; e o sofrimento de acompanhar as artimanhas de vilões cruéis e sem misericórdia. Uma jornada sombria, repleta de fantasia e aventura.


   A aventura começa quando Meggie lê Farid e a si própria para dentro do livro Coração de Tinta, afim de conhecer o mundo que tanto sua mãe tentara descrever-lhe e que a envolvia de fascínio. Farid por sua vez, só estava interessado em avisar Dedo Empoeirado das armadilhas que o vilão Basta estava planejando para ele.
   Os pais de Meggie, Mo e Resa, ao encontrarem seu bilhete de despedida, nem tiveram tempo para lamentar a ação inconsequênte da filha, quando a casa de Elinor é invadida por alguns dos vilões de Coração de Tinta e os obriga a partirem com eles para o mundo que mais atormentava o sono de Mo e lhe causara anos de pesadelos. Afinal, o livro havia sugado sua mulher, Resa, e a mantido presa lá por dez longos anos. 
   Ele mal tinha aproveitado os poucos momentos desde que Resa voltara do livro e agora estava envolvido outra vez nesta história que se transformara em seu mais terrível pesadelo. Não só sua filha estava perdida dentro das páginas de Coração de Tinta, mas ele mesmo estava sendo obrigado a adentrar neste mundo do qual sentia medo e repudiara com todas as forças de seu coração..
    E em meio a todos estes acontecimentos, apenas um dos personagens estava extremamente feliz  e satisfeito por retornar ao mundo de tinta, Dedo Empoeirado!
"Por um instante, Dedo Empoeirado teve a sensação de que nunca estivera ausente, como se tudo tivesse sido um sonho ruim, e as lembranças desse sonho, apenas um gosto insosso na língua, uma sombra no coração, nada mais..." (Sangue de Tinta, p. 28)
    Mas será que tudo estava como ele havia deixado? Ou será que algo havia mudado após todos aqueles anos em que ele ficara desaparecido num outro mundo? Eram respostas que ele teria que descobrir sozinho.
    Dedo empoeirado realmente estava feliz por ter voltado, entretanto sabia que sua vida nunca mais seria igual após todos aqueles anos fora de seu mundo. E logo ele teria certeza que as coisas não iam bem no mundo de tinta e que todos aqueles anos desaparecido lhe custariam muito caro. 
    Fenóglio, o escritor que escrevera Coração de Tinta e que entrara em sua própria história, depois que Mo o lera para dentro dela, também não estava plenamente satisfeito com o mundo que criara. A enormidade de personagens maus, os horrores que eles cometiam com os saltimbancos e o povo colorido, o deixava com o coração mais cheio de culpa, afinal, foi ele quem criou cada um deles, assim como suas terríveis personalidades. E se estes vilões faziam tais atrocidades naquele lugar, era porquê ele, Fenóglio, os tinha escrito assim. 
   Ao encontrar Meggie no mundo de tinta, ele sentiu uma enorme alegria e alívio ao mesmo tempo, pois agora poderia consertar sua criação com a ajuda dela. Fenóglio estava convicto que conseguiria reescrevê-la a seu modo e então melhorar tudo aquilo que estava teoricamente fora de harmonia. Com a voz de Meggie, ele poderia dar vida às suas ideias e finalmente sua história teria um rumo diferente do que tomara e quem sabe um final feliz.
  
"Deve ser ele! - sussurrou Fenóglio. - Ele está chegando, oh, Meggie, ele está chegando! Ouça! Mas Meggie ainda estava sentada e olhava para as palavras escritas em seu colo. Parecia que elas respiravam, carne de papel, sangue de tinta..."    (Sangue de Tinta, p.248)  
    Infelizamente as coisas não sairam como ele imaginou, pois cada dia que passava, Fenóglio tinha a sensação de estar sendo engolido por sua própria criação, sentia que não tinha mais controle sobre ela, já que suas tentativas frustradas para  salvá-la, não surtiam o efeito que ele projetara.
    A única esperança era deixar que as coisas seguissem seu próprio curso e torcer para que no final tudo desse certo.
    Sangue de Tinta não me encantou tanto quanto o primeiro volume da série, as inúmeras páginas, que na minha opinião só ajudaram a efetivar a fraqueza do enredo, pois existia uma demora infindável para acontecer algo que realmnete valesse a leitura. Eu acredito que se excluíssem algumas páginas, nem fariam falta, pelo contrário, daria um melhor fluxo e proporcionaria ao leitor, menos cansaço. 
  Mas não posso negar que gostei imensamente dos capítulos finais em que a lentidão de acontecimentos saí de cena, dando espaço para as ações, os movimentos e os acontecimentos importantes que definem o curso das coisas e nos deixam curiosos para conferir o próximo livro. Em outras palavras, vale a pena aguentar firme as primeiras páginas, pois as ultimas compensam toda a imensa espera.
   Uma coisa que gostei muito foram as epígrafes que a autora escolheu para cada capítulo do livro. Lindas passagens que traziam na essência o conteúdo do capítulo em questão, então, logo ao lê-las, podíamos imaginar o que viria  no decorrer do capítulo. Esta sacada da autora foi de extrema relevância para mim, pois quando desanimava com a leitura, as epígrafes é que me mantiveram fiel à ela. 
    Simplesmente adorei muitas delas e destaquei algumas que me sensibilizaram extremamente, não só pela ligação com a história, mas por penetrar tão fundo na minha mente e me fazer sentir a intensa mensagem que elas passaram.
1º Lugar: "Todos os livros possuem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele." (Carlos Ruiz Zafón, A sombra do vento - Cap. 9. p. 92)
2º Lugar: "Já no dia seguinte, minha avó começou a me contar histórias. Na verdade, ela fazia isso para nós dois esquecermos nossa grande tristeza."      (Roald Dahl, As bruxas - Cap. 27. p.223)
3º Lugar: "Deem-me um pedaço de papel e um instrumento para escrever, e eu mudarei o mundo." (Friedrick Nietzsche - Cap. 26. p. 215)
4º Lugar: "Você nunca sairá da mesma maneira que entrou." (Francis Spufford, A criança que os livros construíram - Cap.62 p. 456)
5º Lugar: "Fizemos objetos de perene duração, livros completos que jamais findarão. 
Nosso tipógrafo em imprimir absorto
Traz à vida o que era papel morto." (Michael Kogehl, Poema sobre a magia branca - Cap. 66. p. 473)
      Bem, pessoal, espero que tenham gostado e confiram mais esta belíssima história, que mesmo possuíndo alguns pontos baixos, ainda traz em sua constituição a beleza e a fascinação do mundo fictício que só a literatura fantástica consegue passar.
      Muitos beijinhos e até o próximo post! =^_^= 
    

Um comentário:

  1. Ain esse livro é ótimoooo
    amo muito essa trilogia!!
    beijos, Camila - Emoções em Páginas

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