#Refletindo# Ser e Estar SÓ

20 abril 2011

   
    É tão difícil ser só, quanto mais estar sempre só. Há pessoas que sentem pânico só de pensar nesta possibilidade. Outras não vêem problema algum em estarem sozinhas, pelo contrário, até preferem a solidão e acabam aderido ao ditado: "Antes só que mal acompanhado (a)!"
    Mas será que ESTAR só é a mesma coisa que SER só? Com certeza não!
    ESTAR só é teoricamente quando estamos em determinados momentos literalmente sozinhos, seja em casa ou fora dela. Além disso, podemos classificar como ESTAR só, aqueles que não dividem os momentos da vida com outra pessoa, ou melhor, não tem um companheiro para compartilhar algo ou alguma coisa.
    Esta ultima definição é a que mais afeta as pessoas, pois muitas delas têm verdadeiro horror à solidão. Preferem tudo a serem sozinhas, se submetem as mais variadas situações, apenas para não ficarem sem ninguém. Mas aí, eu lhes pergunto, será que vale à pena todo o sacrifício só para poder dizer que não é só? Bem, cada um poderá tirar depois as suas próprias conclusões.
    Vejamos a seguinte situação: tenho plena certeza de que todos nós conhecemos alguém que também tinha um alguém por quem era apaixonado, mas que num belo dia a relação chegou ao fim. A fossa e a dor da solidão tomaram-lhe o coração por inteiro e o fantasma do SÓ, ficou rondando os pensamentos o tempo todo, tornando aquilo quase que insuportável. A melhor solução era procurar outra pessoa, mesmo que não sentisse algo por ela (e), no intuito de que esta (e) pudesse sanar as mágoas que a antiga paixão deixou em aberto.
    Este recurso de que "a fila andou", é muito utilizado para garantir que o fantasma do SÓ não volte a atormentar. Entretanto, o que está em jogo não são necessariamente os sentimentos de duas pessoas, mas somente o desejo de uma, portanto, o tal recurso acaba sendo o causador de muitos desentendimentos amorosos. Concluindo, não dá para simplesmente fazer "a fila andar”, deve-se analisar também a dimensão das atitudes, se os sentimentos realmente existem e em que proporção, se é ou não viável o envolvimento e principalmente se não estamos nos precipitando. Afinal, não são apenas os nossos sentimentos que estarão vulneráveis, mas os de outra pessoa que não tem nada a ver com a nossa “SÍDROME DO SÓ”.
    Mesmo assim, muita gente ainda atropela o bom senso e acaba ferindo outras pessoas, por conta de seus atos inconseqüentes e seu desejo desenfreado de estar com alguém. Agem como se isso fosse à coisa mais natural do mundo, esquecendo-se de que há um outro em jogo, e que este outro deve ser considerado.
     Existem também aqueles que mesmo cheios de amigos, familiares ou até mesmo um companheiro (a), sentem-se só e outros que preferem manter-se afastados de tudo e de todos, são os chamados “anti-sociais”. Muitos de nós conhecemos ou já ouvimos falar de alguém que gosta de cultivar o isolamento, que não sente vontade de sair com ninguém, adora ficar em casa trancado (a), detesta festas, enfim, ficar só é muito melhor do que “perder tempo com a vida social”.
     Bem, penso que isso deva acontecer por um único motivo, o medo de enfrentar o mundo como ele verdadeiramente é. O medo incontrolável de não ser aceito ou mesmo não se “encaixar em nenhuma tribo, o que para muitos é uma completa bobagem, para outros se torna algo insuportável e inaceitável, por isso é muito melhor não tentar do que tentar e se frustrar. A nossa mania de rotular antecipadamente as pessoas, de tentar prever o que os outros irão achar de nós e principalmente a nossa insegurança são sobretudo, os grandes causadores da vida social mal realizada.
    Se o sentimento de incerteza, que atormenta a todos nós, mesmo quando estamos rodeados de pessoas que nos amam e nos querem bem, for maior que nosso desejo de enfrentá-lo, devemos rever nossos conceitos, atitudes e principalmente a forma que estamos nos relacionando, porque não há como viver sem partilhar os sentimentos, não há como viver isolado, até porque se fosse realmente para vivermos SÓS, Deus não teria criado uma companheira para Adão.
    Não estou defendendo que temos que necessariamente ter alguém para sermos encarados como normais, só estou tentando ressaltar que ser social é muito melhor e mais saudável que cair num isolamento profunso e desnecessário.
    Sentir-se só é extremamente normal, o que não é normal é gostar de ser e permanecer só constantemente. Quando nos encontramos neste estágio é preciso olhar para nós mesmos e tentar perceber o que há de errado conosco, descobrir uma forma de resolver este problema deve ser o primeiro passo para libertar-se dele. O ideal seria pensar sobre as coisas ou os momentos que nos fazem ter tal sentimento, na tentativa de encontrar uma solução para a constante fossa e a vontade de isolamento! Conversar com alguém de confiança, sair com amigos ou fazer coisas que nos façam estar bem com nós mesmos são algumas das soluções possíveis para o fim destes sentimentos negativos. Se por acaso estas atividades sociais forem muito difíceis de serem executadas sejamos francos, deve-se procurar imediatamente a ajuda de um profissional, pois o caso já está com um agravante altíssimo, sendo um sinal para a famosa DEPRESSÃO!
    SER só ou ESTAR só devem ser apenas sentimentos que fazem parte de um longo processo de autoconhecimento interior, que precisamos sentir para encontrar maneiras de driblá-los. E é de extrema importância, que esse processo seja encarado e vivido naturalmente sem grandes perturbações, obstáculos a serem ultrapassados e não prisões permanentes que impedem o desfrutar de tudo aquilo que uma vida saudável, alegre e feliz pode nos oferecer.


 ( E você, já se sentiu só  por muito tempo? Como foi que você resolveu essa questão? Comente o post e divida conosco sua experiência.)

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